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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dois meses
O tempo passando ligeiro, um projétil no peito.
Exatamente como previa.
Sinceramente, apesar de tudo, não me conformo, sozinha em casa fico martelando como pregos uma palavra que me engasga a garganta, pra ver se digiro suas frases, se esqueço a lembrança . Não sei, ou sei, e não acredito. Mas não há nada que posso fazer, não mais, na vida a gente passa o tempo todo tentando, pedindo, negando,o que já aconteceu é imutável, não dá pra tapar o sol com a peneira. Eu de nada valho.
Minha vontade de não existência persiste não há nada nesse mundo que me apeteça, uma vontade de cair, sobrevoar sobre o nada, não quero, não vou e ponto final, minha vida morar sozinha, viver sozinha, ser só, e acredito que assim sempre será, como sempre foi.
O problema é só meu, não se sinta responsável, adoro dormir, acordar, me aconchegar contigo. Ès, nesse presente, um companheiro e tanto.E pronto.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pensando na intensidade, de como sempre me cativei por pessoas intensas que metem a cara sem medo, de como as admiro, antes ficava me questionando me impondo uma postura que sinceramente não é minha, sempre fui calada com cara de brava no ônibus, metódica e um tanto previsível, minha inquietude se resume em mim, mora aqui em um compartimento que não consigo expressar, colocar pra fora, tenho paixão, paixão pelo que não veio, fico andando de cá pra lá e pensando: a gente se coloca tantas metas, pensamos na casa própria, nos filhos que talvez venham no amor de sua vida chegando do trabalho e janta fresca na mesa, fumaça saindo dos pratos, na condição feliz estável, e ás vezes o que mais queremos é uma vida comum, sem grandes anseios. Não sei o que quero de fato, sei o que não quero. Somar seria uma boa palavra, quero unir tudo, sempre quis alguém que caminhe comigo com rumo ou apenas vontade, quero fincar raiz ter um ou ninguém, sempre me vi assim aos quinze ou quarenta anos. E assim que vai ser eu sei.
Sempre gostei de escrever, mas sempre me senti tão inútil, lapido tanto o que escrevo que jogo fora a essência do dito, aí desisto. È sempre assim, minha vida desistente. Mania de deixar tudo pelo caminho, tudo aos pedaços, fazer o quê? Eu sou assim. Começo sempre do zero.
Na vida não há como se ter tudo, disso todo mundo sabe, ás vezes queremos abraçar o mundo, mas tudo tem seu preço e é você quem decidi mais ninguém. Eu acho que estou aqui pra ver os outros, contribuir, pessoas intensas me soam tão apaixonantes, mas tão egoístas, querem experimentar tudo, só pra dizerem: “Pela minha experiência...” e dar a ilusão de que só por isso sua vida não passará em branco, li certa vez que experiência é o nome que damos aos nossos erros e estes fazem parte da vida, independentemente se você é um engravatado familiar ou um viajante hippie, somos um bando de seres incertos. Apenas.