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segunda-feira, 30 de novembro de 2009


Vislumbro seu sono, de meus sonhos é parte, seus olhos fechados beijo e creio, com certa descrença, que sua vida é parte minha e mesmo que não eternamente, hoje com todos os sim possíveis, digo que sou sua e tu és meu testemunho, e ao menos pra ti minha vida não será um espaço em branco. Espero.
Seu sorriso rindo pra mim, uma canção muda, inaudível aos gritos roucos da rua, e quando me deito sobre seu peito, ouvindo o compasso de seu coração que me guia olho e sinto-me tão bem, mas tão bem que anseio-te o tempo o tempo, em corpo ou pensamento, está em mim.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hoje querendo ter trinta anos, vezenquando me vem essa vontade, sabe aquelas cenas de filme que a pessoa se deita com doze e acorda aos trinta? Pois então, é assim que imagino, ainda mais agora que tudo está passando tão depressa, não tenho tempo nem pra pensar no tempo que estou perdendo, antes quando tinha uma sensação forte de perca de tempo lutava contra o sono e ia ler um livro, jogar conversa fora, caminhar, ver gente. Hoje quando me sobra tempo, fico olhando pro teto e pensando: tudo na vida se transforma de tal forma que às vezes nem sabemos o que eram no principio. Parece coisa de doido, sei lá, sei que olho a minha volta e raramente encontro alguém que se preocupa com a falta ou com o excesso, parece que ninguém tem anseios, sonhos, sabe aquela vontade que lhe toma o peito? Pensei que com o tempo essa minha vontade passasse, mas não, ainda não passou por conta disso que tenho tanta vontade de ter trinta anos, já que coloco a culpa dessa vontade na tal da adolescência,não me considero uma mulher, estou mais pra moleca e tenho a ilusão que aos trinta terei a certeza de minhas dúvidas, foco, talvez uns 10 anos atrás tenha existido alguém assim como eu e que hoje se rendeu ao lado cru da vida, ao lado nascer, se procriar e morrer, deixando que seu lado... nem sei a palavra, acho que humano seria o mais próximo, deixasse de existir pra que o lado mecânico tomasse conta de tudo aquilo que não controlava. Mas no fundo eu tenho medo do que serei aos trinta anos, de me transformar de tal maneira que não saberei o que era no principio e por mais que me angustie que enquanto lavo louça fico narrando fatos improváveis, acho que prefiro ficar assim com meus sim e não na mesma frase, acredito que nossa essência não morre, optamos em deixar de escanteio, afinal a vida não é um livro “cinderelesco”.Que pena.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sobre amigos

Na questão da solidão, incrivel como sempre me senti sozinha, e mesmo tendo motivos pra essa sensação, nunca me conformei, se bem que nunca me esforcei o bastante, tendo uma auto-critica afiada, digo com total certeza que não sou daquelas pessoas que são bem-vindas,creio que causo apenas indiferença, sou a pessoa "tanto faz"...mas não, não me queixo,nem posso, acho que tudo que sou agora é o que plantei antes, tenho que abrir minhas portas, ouvir, ver gente interessante,permitir que os outros se mostrem, tenho que procurar novos ângulos, nem sei, o fato é que agora eu quero viver com tudo que tenho direito, não adianta nada ficar deitada na cama esperando que tudo caia do céu, estou colocando a mão na massa e sal nas feridas.
Penso, agora mais que antes, que o que importa na vida é ter alguem como testemunha, nada de holofotes ou vida pop, eu quero gente, povo de carne e osso, que saia, que grite que tenha verdade nos olhos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Durante

A vida está tão monocromática, trabalho, curso e louça suja.

Ai, ai, ai, um cansaço, uma canseira de existir, estupefamento da alma, inquietude, medo e razão.
Sem muito o quê escrever, hoje sem desejo e mesmo assim, me atrevo a dizer o que me faz calar.
Respirando fundo, tão fundo que meus pulmões se inflamam, e meu cérebro fica assim meio sem rumo, estou tão cansada dessa quase alegria dessa vida tão aos pedaços e queria tanto falar de coisas que não estivesse envolvida, mas tô sem saco pra me envolver, avaliar a política, as noticias, as coisas novas que após um segundo já são velhinhas de bengala, sem saco pra criticas, tô flutuando... Tudo é tão passageiro, sábado, um ônibus, motorista gentil que dizia “boa tarde” a todos que adentravam o coletivo, sua voz entoava um sincero desejo de “boa tarde”, ouvi-lo me deu vontade de descer do ônibus e correndo, pegá-lo no próximo ponto e assim ouvir e crer que minha tarde realmente seria boa. E foi sonolenta, porém boa, cinco garrafas de cerveja, sorvete e conversas de total fundamento. Espero que sábado que vem pegue ônibus com esse motorista, dizem que a palavra tem poder e boas vibrações sempre são bem vindas, inda mais vindos de seres que não me conhece e que incrivelmente me soam verdadeiros, uma carona até a feira mais próxima, um assento dado por cavalheirismo em ônibus lotado, um aceno com a cabeça. È, apesar de tudo, do nada novo, agradeço a você desconhecido .

sábado, 7 de novembro de 2009

SIM!

Que ventania! O sol de rachar o coco, ontem assuntos sobre a garrafa de cerveja, o rótulo chamativo, minhas futuras realizações, buquê de long neck, brindes em homenagem aos fins.
Ouço conselhos alheios á minha realidade, de quem jamais pensei que me entenderia, o mundo da voltas mesmo, que bom! Dá a ilusão que em uma dessas voltas você pode concertar um passo mal dado, uma vírgula no lugar errado e que faria toda diferença, somos todos tão falhos que terceiras ou décimas chances nunca nos são o bastante. Pensando no perdão, nos tapas na cara, às vezes é bom tomar certos socos ou até mesmo um puxão de orelha, nos desperta de tal forma que apenas uma portinhola no coração fica aberta, uma espécie de fresta que só mesmo quem importa enxerga o que tem lá dentro, afinal há certos tapas na cara que nos deixam meio desconfiados de tudo e de todos, endurece o coração, ficamos no meio fio entre o olhar arregalado e uma piscadela de olho (o descanso pra tanta sordidez.)
Perdão, no meu caso, e dado antes mesmo da bofetada, mas não esqueço, nunca esqueço e essa e a parte que mais dói, penso que deveríamos ter um dispositivo no cérebro no qual assim que algo ruim fosse feito contra nós e este fosse perdoado simplesmente esqueceríamos, porém se assim fosse nada seria aprendido e “experiência” seria uma palavra extinta de nosso vocabulário. Não há escape, é clichê, mas é com os tombos que aprendemos a andar, os mais velhos sempre tem razão e os provérbios nunca fizeram tanto sentido e se o mundo da voltas quem feriu com ferro, com ferro será ferido e quem sou eu, pra nesse ciclo vicioso negar um pedido de desculpas?
Perdôo, ante seu pedido, ante seu ato sem nexo e mesmo olhando a ferida, sei que um dia tu serás apenas a cicatriz.