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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os oito meses e a cicatriz aberta, sacolas plásticas, garrafas, as fumaças inebriantes. Meus dezoito anos. Minha velhice precoce.
Você que muda, calada e surda, de franja pra não ver o mundo imundo, o desemprego, desapego,o ego em ecos,os abraços naquela madrugada de agosto, meu cigarro enquanto bebo(apagado).Caralho! quanta saudade! no cheiro que sinto, de minha estante .
Pois vejo, agora os instantes risonhos eternizados, pelo ato quase egoista de escrever, seja bem-vindo ao futuro que nunca chega e deixe uma fresta a quem queira voltar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Egomagnético

Me deixo acenar,meus dedos sujos
enquanto ouço seu sussurar suspenso
enrolo-me e digo vacilante frases
sem sen-ti-do
Vá! e me traga um cigarro
enquanto bebo e jogo bilhar
pra levar ás minhas entranhas um
cuspe ao mundo que malmequer
trago e recebo mãos frias
aspiro até o ultimo segundo
a fumaça densa de seus pensamentos confusos
Vá! me traga um sorriso embalado a vácuo
enquanto massageio seu umbigo e seu ego flácido.

sábado, 14 de junho de 2008

Do lado profano da vida

...Ela que se sentia tão só, se dizia feliz , ao ver-se ao espelho proclamava aos quatro cantos a áspera doçura do timbre oscilante e até suas lágrimas eram soltas como criança traquina,inquietante a brincar no quintal.
Na amargura da vida, seus olhos mostravam as frustações de anos a fio, os caminhos que a cruzavam eram como pontos marcados em alvo, recheados de azedume. E com total relevância, saiu, primeiramente em passos largos, depois a correr incessantemente em busca dessa tal felicidade que ansiava não escorrer pelas mãos como a cristalina água travessa.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Mil palavras em branco.

Tenho que dizer, que me calo!
Sem escapatória.
E aquela saudade que aflige, o desejo de aconchego...
È, meu sonho real.Sem pele, nem beijo de chegada.



Tanto quis, que não me tenho.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Fico a observar minha irmã de três anos.Ela é tão esperta e falante, até com febre não sossega, sua chatice não renega paretesco de meio sangue com irmã quase mais velha...



A folha branca, riscos em vertical
uma bola se faz, olhinhos contentes.
Papel de bala.
Paredes manchadas.
Corridas, cobra cega, o sorvete derretendo e o mundo se escondendo da tenra infância melindra.
O colorido,olho marrom, rosto verde...
O impossível em mãos pequeninas, o grito de susto.Sorriso faminto, verduras negadas.
Tevê ligada, rabiscos abstratos...
A vida há de fazer um trato, pra que a infância não tenha fim...(só conto com fadas)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um cansaço...
O mais legal foi o vídeo caseiro com dedos a dançar sobre a toalha de mesa, o som de Pavement ao fundo, fazendo-me crer que um mundo além desse possa ser possivel.
O joguinho no celular que nunca ganho, as teorias sem sentido nos fazendo passar o tempo...vontade de chorar, de arrancar os cabelos, esperando que um sorriso rasgue as orelhas pra que possamos dormir, acreditando que tudo, nada mais era que um pesadelo.
O fato é que demasia da mente continua acontecendo, continuamos crescendo, aguardando que um dia mude.
Para resgatar, vou sair a noite apertanto campainhas vizinhas e tendo a sensação que o ruim já passou.Engano meu.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Às moscas

Não te amo mais
Seu cheiro a invadir a casa,
Seus discos e livros expostos na estante
A cama desforrada e as noites de volúpia.
Não, não amo a louça de domingo
o cigarro a impregnar a sala
Não amo sua frases presas por imãs de geladeira, nem seus "eu te amo" de fuga noturna.
Não amo seus gritos ao telefone, enquanto a cidade pulsa, nem amo seus nervos em pele, emergindo injúrias doces.
Não amo a música sem letra,
nem carta cheias dela
Não amo sua mão, sua unha quadrada,
seu estalar de dedos
sua renite alérgica.
Atordoante é seu toque quente,
sua boca clemente,
seu jeito encantador.
Não! já disse que não te amo mais e para isso te cobicei.